A recente divulgação do Censo da Educação Superior 2024 feita pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) em setembro de 2025 trouxe um marco inédito: pela primeira vez, as matrículas em cursos a distância superaram as presenciais no Brasil. Esse movimento não é apenas uma estatística porque revela mudanças profundas na oferta, no perfil dos estudantes e nas práticas pedagógicas que as Instituições de Ensino Superior (IES) e os professores precisam considerar com urgência.
Os dados oficiais mostram que o país atingiu pouco mais de 10 milhões de matrículas totais na graduação em 2024 (número 2,5% maior do que em 2023), com percentual de 50,7% somente na modalidade a distância. Vamos analisar agora o que este dado revela.
Por trás do número de alunos no EaD: acesso ampliado e distribuição territorial
O avanço do EaD na Educação Superior não se limitou às grandes capitais. Em 2024, a presença de cursos a distância chegou a milhares de municípios — um indicador claro da descentralização da oferta de cursos. Esse alcance ajudou a inserir no ensino superior pessoas que, por razões profissionais, geográficas ou de infraestrutura, tinham dificuldade de acesso ao modelo presencial tradicional. Em termos práticos, isso significa que estratégias pedagógicas, materiais e avaliações precisam responder a realidades muito diversas de estudantes.
O que mudou no perfil do estudante EaD
A consolidação do EaD também alterou o perfil médio dos ingressantes: há uma parcela maior de estudantes que trabalham durante o dia, que buscam flexibilidade e que necessitam de formatos modulares de aprendizagem. Por consequência, o desafio para o professor vai além de migrar conteúdo para o digital e envolve projetar experiências que promovam engajamento, mediação pedagógica eficiente e cuidados com acessibilidade e permanência.
Implicações pedagógicas para professores e IES
Revisitar o Projeto Pedagógico do Curso
Com a prevalência do EaD, o Projeto Pedagógico do Curso precisa ser explícito sobre quais atividades ocorrem presencialmente, quais são síncronas mediadas e quais são assíncronas, com respeito aos limites regulatórios e prioridades formativas. Isso impede ruídos na comunicação com os estudantes e garante um alinhamento entre objetivos de aprendizagem e formatos de oferta.
Formação docente continuada e capacitação tecnológica
A nova realidade demanda uma qualificação docente orientada a metodologias ativas, ambiente digital educacional, mediação pedagógica em ambientes virtuais e processos avaliativos e diagnósticos. A atualização profissional deve contemplar não só o uso técnico das plataformas, mas também estratégias de engajamento, feedback formativo e avaliação diversificada — pontos valorizados nas referências recentes do Novo Marco Regulatório da Educação Superior.
Os professores que investem em formação docente continuada ganham mais autonomia para escolher recursos e desenhar atividades realmente significativas para públicos com perfis diferentes. Recomendamos a leitura dos diferenciais da Formação Docente Continuada da Academia Collabits neste link.
Leia também: A oferta dos cursos semipresenciais em Saúde e Engenharias: O que diz o Novo Marco Regulatório?
O papel das plataformas na efetivação da oferta de cursos EaD
Ambientes projetados para continuidade pedagógica
Plataformas educativas que organizam o conteúdo em quadros visuais, permitem interações síncronas e assíncronas, e registram trajetórias de participação tornam-se centrais na experiência do estudante EaD. Mais do que armazenar arquivos, elas precisam facilitar o fluxo entre preparação prévia, aula ao vivo e trabalho posterior, bem como manter a rastreabilidade do processo de aprendizagem.
Quando a tecnologia facilita a mediação e a documentação do percurso estudantil, a IES ganha evidências para monitoria, remediação e avaliação formativa. A plataforma Collabits, que é totalmente gratuita, contribui para este cenário e convidamos você a saber mais sobre ela ao clicar aqui.
Acessibilidade e personalização como pilares
A massa de estudantes heterogêneos exige recursos que garantam acessibilidade (legibilidade, contrastes, legendas, alternativas textuais) e possibilidades de personalização, já que isso viabiliza que cada aluno avance conforme seu ritmo e necessidades. Ou seja, as plataformas que incorporam essas possibilidades reduzem barreiras à permanência e aumentam a efetividade do aprendizado.
Impactos institucionais: acreditação, regulação e qualidade
Avaliação externa e responsabilidade institucional
Com a nova configuração do EaD no Brasil, os processos de credenciamento, recredenciamento e avaliação de cursos passaram a considerar, explicitamente, a qualidade da oferta a distância e semipresencial. Então, as IES que desejam manter ou melhorar seus conceitos em processos regulatórios têm de demonstrar coerência entre infraestrutura, corpo docente qualificado e projetos pedagógicos alinhados às normas. A prova está nos documentos regulatórios que guiam a implementação e nas coleções de indicadores que o Censo da Educação Superior 2024 agora disponibiliza publicamente.
Polo EaD e infraestrutura local
A expansão do ensino a distância no Brasil elevou o papel dos Polos EaD como pontos de apoio presencial, logística de avaliações e conexão entre IES e comunidades locais. As estruturas físicas e tecnológicas dos polos passaram a integrar critérios de avaliação das ofertas de cursos e precisam de investimentos em equipamentos, suporte e capacitação de responsáveis locais.
Oportunidades para inovação docente
Projetos interdisciplinares e colaboração entre cursos
A diversidade de contextos e a escala possibilitada pelo EaD criam um espaço para projetos colaborativos entre cursos, laboratórios virtuais interativos e atividades que conectem teoria e prática em ambientes que replicam complexidade real. Quando coordenados pela IES, esses projetos ampliam as competências e fortalecem o vínculo entre a instituição e a região.
Dados e melhoria contínua
O uso de painéis de dados (dashboards) e indicadores de participação e desempenho permite decisões pedagógicas mais rápidas e precisas a favor do EaD. O monitoramento sistemático facilita intervenções pedagógicas pontuais, reduz a evasão e melhora a experiência estudantil.
Conclusão: o momento do EaD no Brasil é de planejamento estratégico
Definitivamente, o Censo da Educação Superior 2024 não é somente um retrato numérico, visto que sinaliza um novo patamar do ensino superior brasileiro, em especial para o EaD. Para as IES, trata-se de responder a este momento com projetos pedagógicos consistentes, infraestrutura adequada e um plano claro de formação docente continuada. Para os professores, a oportunidade passa pela apropriação de práticas digitais pedagógicas, avaliação formativa e design de experiências inclusivas e motivadoras. Em suma: mais do que adaptar, é preciso reinventar práticas educativas para transformar o acesso ao ensino superior em aprendizagem de qualidade.
Professores e IES como protagonistas dessa mudança com a Collabits
Com a plataforma Collabits e a Formação Docente Continuada da Academia Collabits, professores e Instituições de Ensino Superior (IES) têm à disposição os diferenciais para se tornarem protagonistas no atual momento da Educação Superior e do crescimento do EaD no Brasil. Conheça cada um deles e participe desta revolução.


