A regulamentação recente da educação a distância (EaD) alterou o desenho das equipes que sustentam os cursos superiores. Entre as novidades, a figura do mediador pedagógico ganha destaque: não é mero apoio administrativo, mas um ator com função educativa clara e ligada à qualidade das interações. O debate acerca deste assunto interessa tanto ao professor que atua em EaD quanto às Instituições de Ensino Superior (IES) que precisam reorganizar papéis e rotinas para atender ao Novo Marco Regulatório do EaD.
O que o Novo Marco Regulatório do EaD diz sobre mediadores pedagógicos
O Decreto nº 12.456, de 19 de maio de 2025, introduz o conceito de atividade síncrona mediada e prevê que o corpo docente pode ser auxiliado por mediadores pedagógicos, cuja formação e atribuições serão detalhadas por ato do Ministério da Educação (MEC). Ainda, o texto condiciona a composição do corpo docente e de mediadores ao número de estudantes matriculados e determina a necessidade de informar esses profissionais no Censo da Educação Superior e nos cadastros obrigatórios do Ministério da Educação.
A norma distingue o mediador pedagógico de funções administrativas e limita o tamanho de grupos em atividades síncronas mediadas (grupo máximo de setenta estudantes por docente ou mediador). Essas regras reforçam a importância da mediação como prática pedagógica e não apenas como apoio logístico.
O que faz um mediador pedagógico: atribuições e limites
Mediadores pedagógicos assumem papéis ligados à mediação do processo de ensino e aprendizagem, ainda mais em ambientes a distância. Entre tarefas típicas, destacam-se:
- Facilitar interações em sessões síncronas mediadas e em fóruns assíncronos;
- Monitorar participação e engajamento;
- Esclarecer dúvidas de aprendizagem e apoiar o processo de formação dos estudantes.
Esses atributos o colocam próximo da dimensão didática do curso, além de o diferenciarem de tutores com funções exclusivamente administrativas. Em ato do MEC, são detalhados requisitos de formação, limites de atuação e responsabilidade quanto ao registro desses profissionais.
Impactos para professores e para as IES
Para professores
A presença de mediadores pedagógicos altera a rotina docente: o professor regente concentra-se no desenho curricular, na avaliação de alto valor e na supervisão acadêmica. Por sua vez, o mediador pedagógico assume parte da interlocução contínua com os estudantes.
Isso abre espaço para a distribuição eficiente de tarefas, melhora a qualidade do acompanhamento e reduz tarefas operacionais que antes desviavam o foco do planejamento didático. Em disciplinas com grande número de alunos, a mediação permite manter o padrão de interação previsto pelo Novo Marco Regulatório do EaD.
Para as IES
As instituições precisam revisar organogramas, critérios de seleção, planos de carreira e contratos. O Decreto exige compatibilidade entre número de estudantes e composição de mediadores. Portanto, as IES que ampliem a oferta EaD devem prever vagas, capacitação e orçamento.
Formação, competências e qualidade
O Novo Marco Regulatório do EaD aponta para requisitos de formação compatível conforme a definição precisa do MEC. É esperado que os mediadores pedagógicos tenham conhecimentos pedagógicos, domínio das tecnologias educacionais e habilidade para atuar em mediações síncronas e assíncronas.
Espera-se, também, que os mediadores possuam formação em áreas educacionais quando o curso exigir algum conhecimento específico. Essas exigências visam garantir que a mediação apresente um rigor acadêmico e contribua para a qualidade avaliativa e formativa do curso.
Competências sugeridas
- Comunicação pedagógica clara;
- Técnicas de feedback formativo;
- Domínio de ferramentas digitais e ambientes virtuais de aprendizagem;
- Capacidade de facilitar discussões e promover pensamento crítico;
- Registro e uso de dados de engajamento para intervenção educativa.
Leia também: 5 estratégias para reduzir a evasão dos alunos usando a plataforma Collabits
Integração tecnológica: plataformas e mediação pedagógica
Para que a mediação pedagógica funcione, as plataformas digitais devem oferecer recursos que facilitem a comunicação, ensino, aprendizagem e avaliação, além de assegurar a interação pedagógica entre estudantes, professores e mediadores pedagógicos, o acesso a conteúdos educacionais e a gestão das atividades acadêmicas — exatamente o que o decreto exige das plataformas usadas na EaD.
A plataforma Collabits, com seus bitboards, espaços para interações, salas síncronas e logs de atividades ampliam a eficácia do mediador pedagógico. Assim, com uma plataforma pensada para metodologias ativas torna a mediação mais eficiente.
Desafios e riscos a considerar
A introdução do mediador pedagógico traz riscos se não for acompanhada de políticas claras. Entre os pontos críticos:
- Precarização: contratar mediadores sem formação adequada reduz a qualidade pedagógica;
- Difusão de responsabilidades: papéis sem definição exata geram sobreposição entre professor e mediador;
- Custos e sustentabilidade: as IES devem planejar orçamento e carreira para evitar rotatividade que prejudique a continuidade pedagógica;
- Avaliação de desempenho: falta de métricas claras dificulta aferir o impacto real da mediação pedagógica.
Ou seja, os debates acadêmicos pedem cautela para que a figura do mediador pedagógico eleve, de fato, a qualidade do ensino e da aprendizagem e não apenas redistribua tarefas sem ganho pedagógico.
Como se preparar: ações práticas para professores e IES
Para professores
- Participar de formações para entender mais sobre a mediação pedagógica e tecnologias educacionais, como a Formação Docente Continuada da Academia Collabits;
- Articular com mediadores pedagógicos as rotinas de feedback e os critérios de avaliação;
- Redefinir planos de ensino para considerar a presença do mediador;
- Usar relatórios de engajamento para orientar intervenções pedagógicas.
Para IES
- Definir perfil, critérios de contratação e plano de carreira para mediadores pedagógicos;
- Integrar cadastros ao Censo da Educação Superior e aos sistemas de gestão;
- Estruturar capacitação contínua, com foco em metodologias ativas e uso pedagógico das plataformas;
- Estabelecer regulação interna cuidadosamente definida sobre limites de atuação entre mediadores, professores e tutores.
Conclusão
O surgimento dos mediadores pedagógicos representa um avanço na regulamentação do EaD, uma vez que a norma reconhece que a qualidade passa por mediação ativa, formação adequada e tecnologia apropriada.
Para professores, a mediação oferece um ambiente mais favorável ao trabalho acadêmico de alto valor. Para IES, ela exige planejamento e investimento. Se bem implementada, a mediação pedagógica tem potencial para melhorar interação, engajamento e resultados de aprendizagem em cursos a distância.
Esteja preparado para o novo cenário do EaD com a Collabits
Seja para facilitar a atuação de mediadores pedagógicos ou para contribuir com conhecimentos sobre o assunto, a Collabits é a solução para professores e Instituições de Ensino Superior (IES) estarem preparados para o novo cenário do EaD. Saiba mais sobre a plataforma Collabits neste link e clique aqui para entender os detalhes da Formação Docente Continuada da Academia Collabits.


